Hoje vou abrir o meu coração (e a minha vida) para vocês ♥
Nunca fui muito resistente a mudanças. Sempre gostei de mudar a cor do cabelo, a disposição dos móveis em casa, em 6 anos mudei 6 vezes de casa. Sempre fui muito independente, saí de casa dos meus pais aos 20 anos e fui viver para casa de uma amiga (enquanto a minha mãe sentia um aperto no peito por deixar a sua única filha sair do “berço”). Sou filha única (e bem mimada pela família) mas sempre tive um grande senso de independência, de auto-suficiência, de força e determinação. E alguma rebeldia, também.
Aos meus 19 anos o meu pai teve uma proposta irrecusável para uma empresa no Norte e, quando me mudei para casa da minha amiga, a minha mãe lá decidiu que era hora de embarcar nessa jornada também. Estavam os dois a viver no Porto e eu, que já estava no 2ºano do meu curso, fiquei em Lisboa, “sozinha”, rodeada de amigos mas sem família por perto. Nunca me senti verdadeiramente sozinha porque sempre adorei viver assim, sempre me senti confortável com isso e, na verdade, até adorava que assim fosse! Desde pequena que sonhava viver sozinha. Arrendei pela primeira vez um apartamento só para mim aos meus 24 anos, quando fui trabalhar para uma consultora. E há dois anos atrás comprei a minha casa no paraíso de uma herdade linda.
Apesar de ser bastante independente sempre imaginei que quando chegasse aos meus 30 anos tinha a vida de sonho que sempre imaginei para mim: casada (um dos meus grandes sonhos!), com um bom emprego, uma felicidade tremenda e a viver em Lisboa. Pois bem, a vida não corre sempre como queremos e tenho 30 anos e a vida não é exatamente como pensei que fosse. A parte da felicidade estou a construí-la dia após dia, com a certeza de que estou a tomar as decisões certas que me levam a uma vida ainda mais feliz. O resto, a Vida vai-me trazendo, aos poucos. Com pedras pelo caminho que me fazem crescer e levar lições para a vida toda.
Bem, chegou a parte de vos contar sobre a minha grande mudança. Há poucos meses atrás tomei a decisão de ir viver para o Porto. Nunca pensei largar a capital (ou a Margem Sul onde estou agora) para ir de malas e bagagens mudar toda a minha vida em direção ao Norte. E faço-o por AMOR. Amor aos meus pais, amor a uma das minhas melhores amigas, amor ao meu novo amor e amor a mim mesma. Sabem, chega uma altura na nossa vida que percebemos quem realmente é importante para nós. Ter alguém ao nosso lado que nos faça uma sopa quando estamos doentes, que nos dê boleia quando precisamos, que nos dê “colo” quando a vida nos prega partidas. Parece simples, mas só quando estamos totalmente sozinhos e isolados conseguimos sentir isso… Precisei de um pouco mais de 10 anos para valorizar como valorizo hoje em dia ter a família por perto. Tenho uma relação muito chegada com os meus pais (falo com eles mais do que uma vez por dia), nunca senti necessidade de me mudar (até porque tive outras relações que me prendiam cá em Lisboa), mas chegou a hora. No momento certo! No momento em que a minha melhor amiga Iolanda está a viver no Porto. No momento em que conheci um grande amor “tripeiro”. No momento em que a empresa onde trabalho me permite mudar de cidade. A vida leva-nos sempre ao nosso lugar ♥
Se me dá medo? Muito! É uma das maiores mudanças que já fiz. Tenho medo de não me adaptar, de ter feito uma má escolha, de não dar certo. Mas eu vou, com medo mesmo. Já tenho casa nova e chave na mão rumo ao meu Porto de abrigo. Até já, Porto! Até breve, Lisboa…